domingo, 7 de abril de 2013

Na mochila da solidão


Nunca tive medo de nada, sempre ri de tudo a minha volta, sempre tratei a vida como um lindo conto de fadas americano. Agora dirijo com a mente vaga, sem lugar para ir , o som do silêncio me deixa atordoado, é a tua lembrança me perseguindo novamente.
Segurei em sua mão com frouxidão, deixei escapar aquela flor , deixei fugir pela cachoeira toda a esperança da criança que habitava em meu ser. Agora dirijo com a mente vaga, em busca do meu caminho, em busca de minha liberdade.
Eu sei, eu sei... Tomara que esse mundo louco sinta a falta de mais um louco que o persegue como um louco pela vida. Porque Deus está com os moribundos.

Eu sinto minha visão queimar , eu sinto minhas lembranças queimar, eu sinto as pessoas queimando... Sem mais lembranças, eu deixo a flor cair, eu deixo a chuva trasbordar sobre minha alma, eu deixo seus olhos fechar. Mas não me contento de que jamais verei esta flor em minha mão , este sorriso em meu coração , estes olhos em minha alma. Agora dirijo com a mente vaga, sem saber o que farei com saudades do que não vivi.
Vem , vamos embora ,porque um dia hei de renascer numa grande cidade de outro sistema planetário, no passado ou no futuro, onde uma única montanha de 5 quilômetros de altitude se recorta no céu azul - com toda a compaixão que sinto dentro de mim, a única coisa que vou precisar é da sabedoria da terra.
E um dia hei de sorrir vendo seus olhos partir, mas não para jamais voltar, mas partindo para buscar o meu coração que esqueci na sua gaveta, que esqueci de trazer na minha mochila da solidão.

Raphael Ferreira Lopez 07/04/2013

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