domingo, 27 de janeiro de 2013

Devaneios


6 horas da manhã... É hora de acordar e ir trabalhar, é hora de começar o dia, de sustentar a vida. E como todos os dias eu me pergunto, para que todos estão trabalhando com tanta intensidade? É claro, o planeta precisa de recursos, as pessoas precisam ter o que comer o que vestir, o que calçar, ou seja, os trabalhadores não podem parar.
O importante é trabalhar, ou estudar, ou pelo menos fazer algo da vida, é por isso que todos perguntam o que você esta fazendo da vida no momento. O importante é deixar tudo funcionando como está. As pessoas não pensam em ousar, fazer diferente, questionar  porque existem ou porque trabalham, apenas querem existir. Existir este belo niilismo. Certa vez encontrei um homem que dizia que existiam pessoas que leram o Zaratustra de Nietzsche e as que não leram, que essa era a melhor forma de classificar as pessoas pela sua potencial consciência.
Bom, então queira eu levantar essa maquina orgânica para contribuir na produção de bens para as pessoas. Mas e se eu não for trabalhar? É claro, serei demitido. Porque existe um exército de desempregados esperando por empregos. A vida é assim, ninguém é tão substituível a ponto de se parecer inútil, mas no fim todos são substituíveis a ponto de serem inúteis. Talvez essa seja a maior dor da humanidade, todos morrerão, e a sociedade continuará da mesma forma, como se nunca tivéssemos nascido, como se nunca tivéssemos construído uma história. Essas são as mãos do tempo, constroem você como se fosse à infinita promessa do mundo e depois te jogam do abismo como se fosse carne para os mais fortes devorarem. 
Olhe o meu relógio, ele vai passando as horas, marcando o tempo, cumpre apenas o seu dever pelo qual foi criado. O ser humano não, o ser humano é o único ser vivo que constrói sua essência com o tempo, que não nasce com o seu dever estampado, assim disse Sartre. Então, posso concluir que todos somos eternas promessas, basta sabermos se somos promessas para a conquista de bens materiais, ou se somos promessas para nos tornarmos seres maiores, e melhores, ou seja, a eterna promessa para nós mesmos. Não vamos tornar de nossa existência um mero acidente da história, uma mera construção social, vamos tomar as rédeas de nossas carrocerias e murmurar flores da nossa eterna busca para tornarmos aquilo que somos. Vamos viver o eterno retorno da história, vamos romper as amarras do sistema que nos prendem.
É como se todos nós estivéssemos vagando em um túnel escuro, onde há pistas para encontrarmos uma saída, uma saída que nos leva apenas onde a história tem que ir. Mas será que há saídas diferentes? Se há, são elas que temos que descobrir, são elas que temos que buscar. Se não buscarmos as saídas tradicionais, alguém irá busca-las, e cumprir aquele papel que a história os incumbiu. As saídas alternativas não, elas são uma busca única, infinita, que delimita saberes, mitologias, elas serão caminhos para nossa própria história.
Mas é melhor eu ir trabalhar, porque uma coisa é certa: somos eternos caminhantes de uma estrada desconhecida, buscando a luz para encontrarmos o nosso destino... E... “Nos livros de história seremos a memória dos dias que virão... Se é que eles virão”.

Raphael Ferreira Lopez 27/01/2013

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