sexta-feira, 19 de julho de 2013

Antíteses

Na primavera sou leve, frágil, eterno florescer.
No outono renasço
No verão me abro ao mundo, realizo, transformo
No inverno careço eterno transcender
Sou caso de poesia
Uma nau navegando em meus próprios mares
O que hei de encontrar?
Meus próprios medos, meu nome verdadeiro
Há em mim um parecer eterno
Quero apenas um ser eterno
Busco meu nome verdadeiro cravado na alma
Eis aí meu tesouro, minha confraria.
Nas tardes de veraneio clamo:
Quero o mundo, sou o tudo, potência em mim.
Nas noites de inverno liberto-me:
Sou o mundo, quero o tudo, ato em fim.
Quero abalar as estruturas, realizar quimeras.
Desejo deixar sabedoria, a utopia é só meretriz.
Sou perpetuo movimento, velocidade sangrenta
E se como um pescador eu só observasse o rio passar?
Eu sou miragem
Sou possibilidades
Sou uma estrada sem carruagem
Não há mais motivos para gritar
Quebro meus paraísos,
E me esqueço de que sou mortal
Agora tenho que cair do abismo, Com o olhar ao sol, E as mãos ao chão.
Fixo os olhos no horizonte perdido,
Ergo-me sobre a esperança, de um vir a ter eterno.
E vou me encontrando pelo caminho
Um tanto quanto machucado
Viajando pelo meu coração, construo minha alma,
Procuro um lugar, uma cabana, um lugar ao qual eu pertença.
Sou mortal, sou animal, sou o nada.
Mas parte de mim é imortal, é alma, é o eterno.
Minhas questões são postas sobre a mesa, e me liberto a todo instante,
Morro na realidade
E renasço nos meus sonhos.



Raphael F. Lopez  11/06/2013

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